Bom, esse artigo será o último postado até a entrega do endereço do blog ao Prof. Alexandre Bossi, e é de minha autoria. Sou graduada em Gestão Empresarial, MBA em Controladoria e Auditoria e estudante de Ciências Contábeis, 2º período, UNA. Espero que gostem.
Obrigada!
Paula M.
Contabilidade e a Teoria da Contabilidade
A Ciência Contábil, desde seus primórdios, quando ainda não era conhecida como ciência pura, propõe-se a estudar e controlar o patrimônio, ou seja, a riqueza da organização. Seu objetivo é claro e seu objeto de estudo, mais ainda. Através desse controle, a Contabilidade possibilita aos seus usuários a tomada de decisões da forma mais acertada possível, buscando a continuidade da empresa e sua boa saúde financeira.
Com o passar do tempo, a Contabilidade vem ganhando mais espaço dentro das empresas, pois é cada vez mais necessário, em um mundo competitivo, o uso de informações reais e lícitas, que realmente sejam o espelho da organização. A globalização contribuiu demasiadamente para esse avanço contábil, uma vez que com ela as grandes empresas se viram obrigadas a dar mais atenção aos relatórios contábeis, pois é através deles que o gestor saberá se a empresa está preparada para dar mais um passo à frente.
As demonstrações contábeis possuem grande importância na análise empresarial, uma vez que através delas é possível obter índices financeiros, econômicos e operacionais. Tais índices demonstram como está a situação da organização, qual é a margem de lucro, o grau de endividamento, o lucro operacional, dentro outros. O gestor, por sua vez, fará uso desses indicadores para preparar a empresa na busca das melhores soluções.
É devido a essa crescente importância dos relatórios produzidos pela Contabilidade na gestão das empresas, que o conhecimento contábil torna-se quase uma obrigação aos gestores, pois não basta que tais relatórios alcancem os gerentes, estes têm também que entendê-los. É nesse contexto que surge o papel do controller, o chamado controlador, “executivo financeiro responsável principalmente pelas contabilidades gerencial e financeira”, segundo o Dicionário de Contabilidade, de Sérgio de Iudícibus, José Carlos Marion e Elias Pereira.
Dentro desse contexto, a Teoria da Contabilidade possui papel fundamental, pois é através dela que a prática contábil busca seu embasamento. É a Teoria que dita o como fazer da Contabilidade, que dispõe à Contabilidade as Normas que regulamentam a conduta e os Princípios que subsidiam a prática contábil. Em uma ciência, é impossível separar a teoria da prática, ambas têm que andar juntas, a primeira fornecendo base para a segunda. Na elaboração das demonstrações contábeis, por exemplo, se não houvesse o embasamento das normas, não haveria padronização, o que dificultaria sua análise e o entendimento por parte dos usuários.
A estrutura da Teoria Contábil brasileira é definida pelo CFC, Conselho Federal de Contabilidade, órgão que normatiza e fiscaliza o exercício da profissão contábil. É ele quem regula os princípios contábeis e edita as NBC, Normas Brasileiras de Contabilidade. O CPC, Comitê de Pronunciamento Contábil, tem também um papel muito importante na Teoria Contábil, pois é o órgão que busca a convergência das normas brasileiras às normas internacionais. Tal convergência tem o objetivo de reduzir custos na elaboração de relatórios contábeis, reduzir riscos e custos nas análises e decisões, dentre outros.
As NBC são requisitos para o exercício da profissão contábil e caracterizam-se por um conjunto de regras e procedimentos de conduta. Sua estrutura classifica-se em Normas Profissionais e Normas Técnicas. As Profissionais são as gerais, do auditor independente e interno e do perito, e estabelecem regras de exercício profissional, enquanto as Técnicas são as societárias, do setor público, dentre outros, e estabelecem conceitos doutrinários e procedimentos aplicados à Contabilidade.
Os princípios contábeis são os chamados pilares da Contabilidade, fornecem a base para a elaboração de toda teoria contábil e são chamados também de núcleo central da estrutura contábil. A Resolução CFC 774/94 regulamenta os Princípios Fundamentais da Contabilidade, os quais possuem algumas características como universalidade e a não possibilidade de hierarquização, ou seja, não existe um princípio que seja mais importante que o outro. São eles: Princípio da Entidade, Continuidade, Oportunidade, Registro pelo Valor Original, Atualização Monetária, Competência e Prudência.
Dentro desse contexto torna-se clara a importância da Teoria Contábil para a prática da Contabilidade, pois, como diz o ditado popular: “Teoria é quando tudo se sabe, mas nada funciona; Prática é quando tudo funciona e ninguém sabe por quê.” Acredita-se que o alvo de toda profissão seja o trabalho em busca de um objetivo satisfatório para todos os envolvidos, e em Contabilidade não é diferente. A prática contábil aliada à teoria fundamenta o trabalho e garante bons frutos.
Referências:
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos; PEREIRA, Elias. Dicionário de Contabilidade. 2ª edição. Ed. Atlas.
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE, em vigor